
A história dos Mutantes começou em 64, quando Arnaldo Batista foi convidado por seu irmão mais velho, Cláudio César (guitarrista), para tocar baixo na banda Woodfaces. Um ano depois a banda acabou pois alguns de seus integrantes queriam tocar Bossa Nova, o que era uma verdadeira heresia para Arnaldo. Em 65 Arnaldo decidiu formar uma nova banda com seu amigo Raphael, que o apresentou à duas garotas: Suely e sua amiga Rita Lee Jones. Os quatro juntamente com o baterista “Pastura” e o irmão mais novo de Arnaldo, Serginho, formaram a banda Six Sided Rockers.

Em 66 a banda mudou o nome para O´Seis e com “Mogguy” no lugar de Suely gravam com a Continental o compacto “Suicida/Apocalipse”. A gravadora, contra a vontade da banda, resolve lançar o compacto, que acabou sendo um fracasso, vendendo menos de 200 cópias. No meio de 66, a banda sofre uma mudança na formação, ficando apenas: Rita, Arnaldo e Sérgio. No dia 15 de Outubro, já com o nome Os Mutantes, a banda se apresenta no programa (só transmitido para a cidade de São Paulo) Pequeno Mundo de Ronnie Von.

Com o sucesso obtido no festival, a banda entra em estúdio para gravar o seu primeiro disco: Os Mutantes. A banda contou com a ajuda do genial arranjador Rogério Duprat, que demonstra todo seu talento já na primeira música: Panis et Circenses (Pão e Circo). Ela começa com a vinheta de entrada do Repórter Esso (o Jornal Nacional da época) e termina de uma maneira surpreendente, como se uma pessoa mudasse a estação de rádio, de uma que estava tocando a música para outra em que está tocando a calma música clássica Danúbio Azul, enquanto almoça (ou janta) com toda sua família.
A segunda música é minha Menina de Jorge Bem Jor, que toca violão e é autor da famosa frase da introdução “Tosse, todo mundo tossindo, vai”, e vale a pena destacar os grandes riffs de guitarra de Sérgio Dias. O Relógio vem em seguida e é uma clara influência do Sgt Pepper dos Beatles. A surpreendente letra, que conta a história de uma pessoa que está triste pois seu relógio quebrou, e os arranjos surrealistas e fragmentados de Rogério Duprat são os destaques desta música. Adeus, Maria Fulo é a quarta do disco. A música e a letra são de Humberto Teixeira (parceiro de Luiz Gonzaga e autor de Asa Branca) e Sivuca. Ela é um Baião que os Mutantes deram um toque de rock.

Le Premier Bonheur du Jour é uma música francesa que ficou famosa na voz da grande musa dos anos 60: Françoise Hardy. Vale a pena procurar algo do trabalho desta cantora. Finalizam o disco as músicas: Batmacumba (com todo o seu experimentalismo), Trem Fantasma (a letra e a música simulam o barulho de um trem em movimento), Tempo Perdido (que começa com um curioso canto religioso) e Ave, Genghis Khan (que conta com a voz do tenor Dr César Batista, pai de Arnaldo e Sérgio Dias).

“Que todo aquele que desrespeitar a integridade deste instrumento, procurar ou conseguir possuí-lo ilicitamente, ou que dele fizer comentários difamatórios, construir ou tentar construir uma cópia sua, não sendo seu legítimo criador, enfim, que não se mantiver na condição de mero observador submisso em relação ao mesmo, seja perseguido pelas forças do Mal até que a elas pertença total e eternamente. E que o instrumento retorne intacto a seu legítimo possuidor, indicado por aquele que o construiu”.
Esse foi o nosso trabalho de Artes ! Ficou muito legal o slide que fizemos ;)
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